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"Quem pensa a 'linguagem' já sempre se movimenta em um para além da subjetividade” (Gadamer, 2007). Estamos sempre no jogo da Linguagem apreendendo o princípio de unidade integrador das dimensões e níveis de aprender e ensinar. Encontramos no pensamento de Emmanuel Carneiro Leão (2000) indicações e condições que propõem reflexões acerca da experiência de ensinar e aprender presente no radical grego: mantháno. É na e pela Linguagem que se abrem os caminhos de reunião das coisas, e fundamentalmente das coisas memoráveis, que é o caso da coisa musical. Na música agenciam-se saberes para produção de sentido(s) e conhecimento(s), um modelo concreto para investigação da instância privilegiada de produção de conhecimento para o que é próprio de todo aprender e ensinar. Pesquisando a passagem do pensamento poético para a filosofia socrático-platônica encontramos a fratura que o desenvolvimento de uma "consciência letrada" (ONG, 1998) provocou no processo de reflexão da tradição filosófico-científica Ocidental. A partir da mediação do real pelos modos de representação como fundamento do conhecimento perguntamos: como a representação (escritas alfabética, numérica e musical) contribui para o aprendizado de música? Percebemos que as representações do fenômeno musical (partitura, fonograma, videografias) são um outro da verdade memorável, como suplementos (DERRIDA, 2005). É justamente na instauração do próprio da memória que se realiza a verdade (aletheia) na música, por isso o músico é um aletófilo. Poderia a representação substituir o que a música instaura como verdade (não esquecimento)? A força representacional, como imagem, ideia ou o próprio objeto que sinaliza e exprime a alteridade, leva-nos ao encontro da abstração fundada pelo símbolo matemático. O declínio da música e do mito como saberes e conhecimentos originários se dá a partir da decisão de aplicar a norma do número à mensuração espaço-temporal, definindo assim a ordem humana (VERNANT, 2002). Por que o matemático é por excelência a relação para nos referirmos ao que pode ser aprendido e ensinado na experiência grega com a Linguagem guardada no radicalmantháno? (LEÃO, 2000). Poderia a música nos convocar para fora da determinação mensurável do número e objetificação da Linguagem? E ainda de um logocentrismo subjetivista? A "medida” musical, manifesta no gesto de realização da memória inventada pela produção criativa no ato interpretativo provocaria o sentido primeiro de aprender e ensinar? A música é a medida poética memorável para dimensionamento das habitações humanas na cultura? (HEIDEGGER, 2001)(out/2014)

 

Coordenador 

         Celso Garcia de Araújo Ramalho (ago/12 - atual)

         Paulo Henrique Loureiro de Sá (mar/14 - atual)


 

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